O fã número 1 de Copa e as calçadas polêmicas
Essa edição tem novidade hein? Isso é Rio!
Você sabia que a calçada de pedra portuguesa, tão associada aos calçadões da orla do Rio de Janeiro, tem uma longa história que remete ao outro lado do Atlântico?
Ícone da arquitetura lusitana, as calçadas tem uma longa história que remonta aos adornos que os moradores de Lisboa faziam em suas calçadas depois do grande terremoto de 1755. Desenhavam estrelas e outros símbolos para trazer sorte e afastar novos terremotos.
O uso de pedras para formar mosaicos apareceu primeiro em Lisboa, com um desenho simples em ziguezague. De lá partiu rumo a todo o antigo Império Português, de modo que se você, leitor, olhar para baixo em qualquer cidade colonizada por Portugal, será tomado pela certeza de estar num lugar familiar, mas poderá estar em Macau, em Goa, Luanda, ou em Recife.
Um sábado de Rio… por quem faz a ISSO É RIO!
E vai tomando novidade na newsletter!
Nos fins de semana, Guilherme, nosso assessor de Políticas Públicas do gabinete, troca os relatórios e reuniões pela bicicleta. Descobrir os cantos do Rio sobre duas rodas virou um dos seus hobbies preferidos.
Seja no Aterro do Flamengo com a pista livre aos domingos, em um rolé pela Ilha de Paquetá, na tradicional pausa na mureta da Urca para ver o pôr do sol ou na volta pela Lagoa Rodrigo de Freitas, pedalar é a forma que ele encontrou de curtir a cidade de um jeito leve.
Além de exercício e lazer, cada pedalada é também um mergulho no que o Rio tem de mais bonito, suas paisagens e sua vida ao ar livre.
O que acha de copiar o roteiro do Gui nesse final de semana?
COM VOCÊS, O GRANDE ROGERIO CARDEMAN!
Galera, novidade na ISSO É RIO: pelo menos uma vez por mês, traremos uma entrevista VAPT-VUPT com um convidado ilustre e marcante para a nossa cidade.
E, para começar, o arquiteto e urbanista Rogerio Cardeman, peça-chave do planejamento urbano do Rio de Janeiro e com livro novo na praça: “Plano Diretor 2024: processo de planejamento e ocupação da cidade do Rio de Janeiro!”
O que mais motivou você a escrever este livro e qual mensagem você espera que os leitores levem dele para refletir sobre a cidade?
A experiência na Câmara Municipal, atuando no gabinete do vereador Pedro Duarte, nas discussões do Plano Diretor e no desenvolvimento de propostas de emendas à lei, representou a etapa final da minha trajetória para realmente me sentir urbanista. Venho lecionando e pesquisando o tema do planejamento urbano há muito tempo; no entanto, estar dentro do processo rompe barreiras e desmistifica diversas questões sobre como se elaboram as leis urbanísticas nas cidades.
Outro ponto que me motivou foi trazer uma vivência pouco divulgada nas universidades de arquitetura e urbanismo, para que meus alunos pudessem compreender melhor esse processo. Em minhas disciplinas, aplico um jogo no qual os estudantes interpretam diferentes agentes da cidade, cada um atuando em prol de seus interesses, mostrando como esses conflitos e negociações transformam a paisagem urbana. Na Câmara, pude vivenciar isso de perto, e o livro retrata justamente essa experiência.
Na sua visão, quais são os principais desafios e oportunidades para o Rio de Janeiro nos próximos anos, especialmente em relação ao planejamento urbano e à transformação da paisagem?
Defendo há muito tempo que devemos adensar a cidade em seus vazios urbanos, especialmente nas áreas já infraestruturadas. Como já publicado pelo gabinete do vereador Pedro Duarte, existem diversos imóveis públicos vazios ou subutilizados, além de centenas de terrenos particulares sem uso.
A busca por grandes lotes e a expansão urbana resultam na fragmentação do espaço, e esses fragmentos precisam ser ocupados com todo tipo de edificação (…).
É curioso notar que a mesma prefeitura se orgulha de ocupar uma praça no Leblon com uma construção destinada à Guarda Municipal. Para mim, praças devem ser entendidas como espaços livres, fundamentais para o equilíbrio das cidades.
Existe algum lugar do Rio que seja especial para você, que represente sua relação com a cidade? Por que esse espaço é tão significativo na sua trajetória pessoal e profissional?
Não posso deixar de citar o bairro de Copacabana.
Copacabana representa o modelo de cidade que a maioria dos urbanistas contemporâneos defende: a cidade compacta. É um bairro servido por diversas estações de metrô, com usos mistos que combinam comércio, serviços e moradia, além de abrigar diferentes classes sociais. Trata-se de um modelo ideal de cidade.
É só frustração: ônibus tá caro, as linhas estão sumindo e a espera só aumenta….
O transporte público no Rio de Janeiro tem sido motivo constante de frustração para quem depende dele todos os dias. A situação da linha 614 (Del Castilho – Alvorada) é um exemplo claro desse descaso: a frota foi reduzida e os intervalos entre os ônibus chegam a ultrapassar uma hora, deixando trabalhadores, estudantes e moradores à mercê de filas enormes e atrasos que comprometem a rotina de milhares de pessoas.
E pra piorar: nos horários de pico enchem a rua de frescão por R$13,00, enquanto o ônibus comum simplesmente some.
Transformar o transporte público em um peso a mais no bolso de quem menos pode pagar é inaceitável.
A porta de entrada da cidade faz qualquer um tremer de medo e tristeza
Quem chega ao Rio pela Avenida Brasil encontra um cenário que mistura degradação e descaso. As estações do BRT seguem marcadas pelo abandono, com estruturas quebradas, insegurança e pontos que lembram verdadeiras “cracolândias” ao longo do trajeto. Perto da Maré, a cena se repete: barracas improvisadas embaixo dos viadutos, colchões velhos, entulho cobrindo as pedras que a Prefeitura instalou justamente para evitar ocupações.
A maior via expressa da cidade, por onde passam diariamente centenas de milhares de pessoas, virou um símbolo da nossa “janela quebrada”: quando o espaço público é largado, ele rapidamente se transforma em território do improviso, da insegurança e da desordem.
A Avenida Brasil deveria ser cartão de visita, mas hoje é um lembrete de como o Rio precisa recuperar o básico: conservação, ordem urbana e dignidade para quem passa ou vive ali.
Edimburgo: lições para o nosso Centro Histórico
Edimburgo, reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, conseguiu transformar seu centro histórico em um espaço vibrante e acolhedor, sem abrir mão da memória e da identidade local.
A experiência escocesa reforça o que sempre defendemos no mandato: é possível aliar preservação e desenvolvimento, respeitando o passado e preparando o futuro, com planejamento integrado e de longo prazo, reaproveitamento do patrimônio histórico, mobilidade sustentável e participação ativa da população.
Mais do que obras físicas, Edimburgo mostrou que revitalizar o centro é colocar as pessoas no centro da cidade.
E você, acha que a Prefeitura do Rio está fazendo o suficiente pelo nosso centro histórico? Ou podemos e devemos fazer mais?
Nos vemos na próxima!






